Ele comprou uma cápsula do tempo. Nela colocou sua história. Contou detalhes. Guardou lágrimas. Deixou suor e os fios brancos. Dedicou horas para explicar de onde vieram seus pais. Por fim, guardou seu espermatozóides.
Ela cresceu. Seus pais morreram em um acidente. Criada pelos avós, depois os tios. Trabalhou em várias empresas até chegar ao museu da pessoa. Lá passava horas por semana na realidade aumentada. Tinha raiva, saudade de quem nunca viu e que já morrera. Até quando ela conheceu ele.
Depois de viver 2 anos as memórias dele, decidiu. Oito meses depois nasceu seu filho. O primeiro filho de um pai centenário. De um pai visionário. De uma mãe solitária.